Em 2021, o pre�o da gasolina e do diesel acumularam uma alta de 74% e 65% nas refinarias, respectivamente. Ainda, nas bombas para o consumidor final, o crescimento acumulado respectivo foi de 41% e 37%, de acordo com dados da Ag�ncia Nacional do Petr�leo, G�s Natural e Biocombust�veis (ANP). Nesse cen�rio, os conflitos pol�ticos apontam para diversos culpados. Mas de fato, o que motiva a alta nos pre�os dos combust�veis?
Quem � o culpado?
Nos �ltimos meses, tanto o presidente da C�mara dos Deputados, Arthur Lira, quanto o presidente da Rep�blica, Jair Bolsonaro, atribu�ram a alta nos pre�os ao Imposto sobre Circula��o de Mercadorias e Servi�os (ICMS) dos estados brasileiros. Assim, os governadores se tornaram o bode expiat�rio, sendo os principais culpados pela situa��o.
Contudo, al�m de n�o apontar um caminho para a solu��o, a narrativa n�o faz sentido. Isso porque, as al�quotas do ICMS s�o est�veis h� anos em estados como Rio de Janeiro, S�o Paulo e Esp�rito Santo e o imposto � uma das principais fontes de arrecada��o dos estados. Ou seja, culpar o ICMS � endere�ar o problema de forma equivocada e pode prejudicar as finan�as dos entes federativos, que, em geral, j� est�o deterioradas.
� claro que, com o aumento dos pre�os do petr�leo, o valor decorrente da al�quota se torna mais relevante. Contudo, esse n�o � o principal fator que vem influenciando os pre�os.
Os quatro fatores que mais contribu�ram para a alta
Para a popula��o, o aumento generalizado dos pre�os, com o IPCA acumulando 8,24% no ano e 10,67% em 12 meses, contribui para que a gasolina, aliado ao consumo dos produtos b�sicos, pese mais sobre o or�amento das fam�lias. Al�m disso, a deprecia��o do real em rela��o ao d�lar tamb�m contribui para o aumento de pre�os, dado que a Petrobras as diretrizes e pr�ticas do Pre�o de Paridade Internacional, com as cota��es flutuando de acordo com o mercado internacional.
Ainda, a influ�ncia do c�mbio ganhar mais peso com os juros reais negativos, que ainda cont�m um fluxo mais intenso de d�lares para o pa�s, e o risco pol�tico, que por meio dos riscos ficais e a amea�a ao Teto de Gastos, afastam ainda mais a moeda americana de investidores internacionais do Brasil.
Na pr�tica, enquanto o clima em Bras�lia e a pol�tica monet�ria n�o forem ajustadas, os brasileiros podem seguir contando com os pre�os da gasolina nos maiores patamares hist�ricos.